segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Idade com sabedoria

Sozinho, pensamos mais do que acompanhados.
É o que parece, ao menos nesta noite de ínfimas estrelas que mal claream o luar.
Um verão atípico de poucas emoções está a começar.
Quem me dera se fosse aquele menino de ontem, não estaria mais sozinho,
mas acompahado do vigor e disposição enaltecidos de altas doses de juventude.
Mas não, quem me acompanha não é dada a aventuras, está mais ao prosélito.
É assim, a idade...
Chega levando toda a irresponsabilidade e trazendo prudência e tolerância,
ao menos aos que a percebem, pois sempre há aqueles que endeusam a existência
física como enternos hillanders de uma geração morta.
A felicidade deixa de abrigar "o fazer o que quer" e migra para "o não fazer o que não quer.
Se exige muito mais força de vontade e se é muito mais compensado ao não fazer o que não quer do que fazer o que se quer, Rousseau na densa exclamação da compreensão do ser humano afirma ter descoberto a verdadeira felicidade: "A felicidade que preciso não é a de fazer o que quero, mas a de não fazer o que não quero".
O mesmo homem talentoso que outrora préjulgou o homem como fruto do meio, aqui contribui para o entendimento da verdadeira felicidade, a que ultrapassa a idade e gerações. (todos erram)
De fato, grandes homens souberam de sobremaneira utilizar a sua frase com sabedoria, políticos, economistas a decoram e empregam no dia a dia, a inteligência dessa frase é pontual.
Como já dizia um provérbio italiano, "a sabedoria vem de escutar; de falar, vem o arrependimento."
Seguir adiante é abandonar o que a juventude tem de melhor, a liberdade de errar e abraçar a idade como um laboratório de resultados positivos para se empregar numa vida cada vez mais produtiva e verdadeiramente feliz.
Errar é humano, mas permanecer no erro é uma grande tolice.
Adquira a prudência com os erros e não os repita, não há situação em que se gaste tempo com mais proveito do que quando se é lesado; pois de um só golpe adquire-se a prudência.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Fim do Romantismo, Início do novo Amor.

CASAMENTO É COISA DE GENTE GRANDE E INDEPENDENTE.

A idéia de que uma pessoa é o remédio, a razão para a felicidade da outra, remonta ao nascimento do Romantismo.

Naquela época havia a enorme ansia de encontrar a cara metade, a alma gêmea. Nesta concepção é comum vislumbrarmos pessoas que imaginam seus príncipes e princesas encantadas, com os atributos de personalidade e caráter mínimos ou essenciais.

Nesta busca pela alma gêmea as desilusões são constantes, as pessoas enxergam na outra apenas o que querem ver, inventando uma nova e distorcida personalidade completamente diferente daquela que está ao seu lado.

E a consequência disso? Uma hora a casa cai, e a realidade rompe abruptamente com o paraíso idealizado.

Numa visão mais moderna é necessário conceber o amor ao critério das mudanças provocadas por nossas últimas conquistas sociais, tecnológicas e econômicas. O homem é hoje um ser que precisa caminhar sempre rumo ao norte, não há chance de sucesso para os que estagnam na vida.

Com isso o significado da palavra amor dado pelo romantismo que direciona ao relacionamento dependente e condição básica para a felicidade, está destinado a desaparecer neste século.
A palavra de ordem é parceria. Devemos trocar o amor de necessidade, pelo amor de desejo. "Eu desejo a companhia do outro, mas não preciso, o que é muito diferente".

Para isso é necessário que aprendamos a viver mais conosco mesmos. Enxergar o amor como a união de dois inteiros e não duas metades.

Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. Nesta nova relação ambos devem crescer.

Nossa forma de agir não pode servir de referência para avaliar ninguém, cada cérebro é único, e ressalvadas os padrões de moralidade e ética não podemos sancionar o outro.

A harmonia da vida, a felicidade e a paz de espírito só podem ser encontrados em nós mesmos (para os cristãos, como eu, pensem em Deus presente em nós). Ao percebermos isso nos tornamos mais compreensivos com as diferenças e deixamos de procurar a outra metade da maça mas uma outra maça, mais o desejo do que a necessidade.

Boa sorte.
(O fim do romantismo, o início do verdadeiro amor. COLLI, Fabrino. NOVA MORAL NAS RELAÇÕES AFETIVAS).