sábado, 16 de março de 2019

Uma nova Teologia: Teologia Tim Maia

Algumas instituições religiosas cristãs estão como se justificando suas condutas em púlpitos como ressoassem a música de Tim Maia: "Vale o que vier, Vale o que quiser, Vale tudo. Só não vale homem dançar com homem nem mulher com mulher, o resto vale!". Enfim, parece que está valendo tudo  para que haja "salvação", que o fim justificam os meios... será? A palavra grega eclesia significa levar para fora, este é o sentido da igreja, levar para fora daquilo que se está cheio, presume-se "luz" e "sal da terra" (Mat5:13). Mas e se o tempero demora muito a pegar, dá trabalho ou pior, se torna insípido, vale tudo até buscar novos aromas e sabores ainda que não sejam propriamente o sal. É neste contexto que se verifica o que ouso denominar de  Teologia Tim Maia, uma expressão da nova igreja que busca atrair e importar valores do mundo e trazer para dentro, a santificação do profano. Novos altares estão sendo construídos a um deus desconhecido, que não representa mais o Deus dos judeus, nem o Deus dos Cristãos, Jesus sendo pregado como convém o amor por este mundo e suas coisas e conquistas. Em Deuteronômio no capítulo 12 vemos algo parecido, mas paradoxalmente,  onde o Senhor torna profano os muitos altares construídos pelo homem e considera apenas santo, separado aquele que o próprio Yahweh escolher. Mas santificar o profano não é uma novidade. Temos a tendência de contextualizar sem aplicar uma exegese e hermenêutica adequada da palavra de Deus. Adaptamos partes daquilo que nos agrade, mudamos o sentido e aplicamos naquilo que é afim com o mundo e voia la temos um novo deus e uma religião prontinhos para aceitar tudo que somos e não devemos mudar. O sincretismo é uma tendência diriam uns, característica do modernismo, mas este movimento emergente não é isso, porque sincretismo não se abandona valores e princípios, mas os assimila naquilo que se pode tolerar. Podemos delimitar um pouco a origem deste movimento citando os católicos no século XX com assimilação das religiões afro, as mães de santo nas escadarias do Bonfim, as baterias os shows de rock, o gospel nas igrejas pentecostais e atualmente descambou-se para o vale tudo até mesmo esquecer o nome de Deus e o que Ele representa, construir altares a um Deus desconhecido, afinal cada igreja, e são muitas, tem sua própria aplicação da palavra. Assim tudo passa a valer desde que bem interpretado, o cenário é de disputa pelo púlpito e audiência de uma igreja cheia, tudo vale para chamar atenção e o ibope até trazer o carnaval para o altar como já fizeram uns, vamos lá era profano lá fora, mas aqui se dá um jeito, se santifica. Não podemos esquecer que até o sacerdote tinha uma preparação, um ritual, uma santificação para entrar no Templo de Deus, hoje somos Templo do Espírito Santo e a igreja a Congregação dos Justos, lugar onde o pecador encontra o caminho e se arrepende, mas e se não houver caminho dentro da congregação, e se o mundo estiver tão dentro quanto já presente fora? Trazer o mundo pra dentro da igreja e não levar a igreja para fora no mundo. Discute -se que vale tudo para salvação de uma alma, até mesmo distorcer o próprio evangelho que convida a seguir Jesus tão logo abandone a vida anterior de pecado,  através do arrependimento genuíno e a renovação da mente como apóstolo Paulo afirma em Romanos 12:2. Alias salvar o perdido sem lhe indicar o caminho, é falar do céu sem oportunizar experimentá-lo pela santidade, é falar que existe uma porta mas não mostrá-la, é vir mas permanecer do jeito que estava, é sair de um grupo dos "perdidos e sem salvação" para o grupo dos "igrejados sem Cristo". Salvação implica em renúncia dos "Eus" e dependência de Deus,  ser renovado na fé que capacita em meio às aflições deste mundo na perseverança com esperança de um Deus pai, que não passa a mão na cabeça, mas educa o caminho que se deve seguir . Este século está marcado por falsos profetas, como adverte a palavra em 1João2:19, que começaram como verdadeiros, mas se perderam no meio do caminho do Calvário, deixando a Cruz, mudando o caminho e se agarrando as coisas deste mundo e suas paixões. Aquele que mais sofre com tudo isso é sem dúvida o neófito, novo na fé, que tudo abraça em seu desconhecimento da verdade, mas numa entrega deliberada de amor que mal direcionada pelo falso profeta leva à perdição, à decepção e à não transformação. Disse Jesus à Nicodemos em João 3:3 "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus". Mas não houve novo nascimento, mas a perpetuação da antiga existência que antes profana e agora religiosamente santificada, não pelas mãos de Deus, mas pela do homem. São tempos difíceis, mas não os piores, e,  aqueles que buscam a verdade devem se levantar e proclamar o verdadeiro evangelho com amor, mas também com novo nascimento e transformação. E a voz clama do deserto: arrependei-vos!

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